





I Divino Amaral (cantor e compositor) | Mineiro de Sete Lagoas-MG, vive em São Paulo desde 2012. Lançou recentemente Ponte blue(2024), segunda parte do ciclo de canções chamado "Plataforma". Plataforma I (2020) é a primeira parte do ciclo que canta o destino de uma personagem e sua decisão. Entre 2016 e 2017, Divino começou a reunir fragmentos de melodia e harmonia em torno de relato e fotos (imagens ao lado) que um amigo trouxera de uma viagem a trabalho numa plataforma de petróleo em alto mar na costa brasileira. Pensar sobre a sorte de um corpo frágil, distante da terra, sob a pressão do sistema de aço em águas profundas e da antiga fonte de um resíduo inflamável, tudo na iminência de explodir, como uma alegoria das pressões sociais e políticas que o Brasil e o mundo vem sofrendo desde então, sobretudo, no que se refere aos problemas climáticos, sociais e políticos, fez com que o material se movesse durante três anos em busca de uma forma, uma conformação sonora e dramática de canção. Sob influências diversas que vão de Dorival Caymmi (Canções praieiras), passando por Tom Jobim (sua imagem sonora do mar) e chegando em Milton Nascimento (com sua lírica mineira) três discos em 15 canções contaram a desventiura de uma personagem, que é faxineira da plataforma em alto mar. Em Plataforma I (EP - 2020): a faixa 1. "Abertura" reúne sob a luz do dia os elementos musicais e poéticos essenciais. 2. "Aboio" é sobre fuga e busca de um lugar. 3. "Plataforma" canta um não-lugar. 4. Ao tentar sintonizar o aparelho, uma canção chamada "Destino" toca no rádio. " 5. "15 dias", entardece sob a imagem invertida de "Abertura", cantando um estranho sentimento de alguém que se vê em reflexo numa janela com vista para o mar ao cair da noite. Em Ponte blue (EP - 2024) anoitece: a faixa 1. "No mar se vai" retoma a história numa canção do sim e não, uma homenagem ao escultor mineiro Amilcar de Castro; 2. "Não há vento" é um samba em alto mar, que chama pelo vento da mudança já que foi composto em 2021 num dos momentos mais tensos da vida política brasileira recente; 3. "Plataforma II" imagina um diálogo entre a personagem e a plataforma, dado o fascínio humano pela máquina;4. "Acorda" é um sonho ruim da personagem como também uma homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao reporter Dom Philips brutalmente assassinados no Vale do Javari no estado do Amazonas em 2022; por fim, 5. "Ponte blue" canta uma decepção amorosa da personagem, que esperava encontrar no amor alguma terra firme diante de suas jornadas de trabalho off shore e suas desventuras vividas até ali. I






